Anorgasmia: saiba mais sobre a dificuldade de chegar ao orgasmo
Anorgasmia é um problema que atinge tanto homens quanto mulheres. No caso das mulheres, a procura por ajuda profissional pode ser adiada devido ao tabu que envolve a sexualidade feminina.
Confira abaixo o que é anorgasmia, os diferentes tipos, as principais causas e tratamentos.
O que é anorgasmia?
De maneira geral, a anorgasmia é uma condição que faz com que mulheres e homens tenham dificuldade em atingir o ápice do prazer sexual mesmo após estimulação intensa. Isso pode acontecer tanto na masturbação quanto durante a relação sexual.
Antes de prosseguirmos com o tema, é importante ressaltar que o tempo para alcançar o orgasmo da mulher é diferente do tempo do homem. De acordo com dados apresentados no período médico “Journal of Sexual Medicine”, enquanto o clímax feminino demora, em média, 13 minutos, os homens são capazes de ter orgasmo após cerca de 2 minutos. Lembrando que essa é apenas uma estimativa.
Outro ponto que merece ser mencionado é o fato de que essa disfunção sexual é caracterizada pela repetição. Ou seja, se você já teve dificuldade em ter orgasmo ocasionalmente, isso não significa que é um caso de anorgasmia.
Além disso, assim como outros tipos de transtornos, a anorgasmia se manifesta de maneiras distintas. Existem casos em que as mulheres apresentam dificuldade de ter orgasmo desde a primeira experiência sexual e casos em que a mulher sempre conseguiu ter prazer intenso, porém por alguma razão não consegue mais.
Nesse sentido, é importante pontuar as maneiras como a anorgasmia se manifesta.
Tipos de anorgasmia
- Primária: acontece quando a mulher manifesta a disfunção desde as primeiras experiências sexuais;
- Secundária: casos em que a mulher já conseguiu ter orgasmos, porém passa a não ter mais;
- Situacional: como o próprio nome sugere, este tipo de anorgasmia acontece quando a mulher não consegue atingir o ápice do prazer em situações específicas ou com determinados parceiros;
- Generalizada: por fim, temos a anorgasmia generalizada, ou seja, a manifestação da disfunção sempre e em qualquer situação.
Além dos tipos, é essencial conhecer as causas dessa disfunção sexual. Veja quais são as principais:
Principais causas da anorgasmia
A anorgasmia pode se manifestar por diferentes motivos. Geralmente, a disfunção tem relação com causas psicológicas, emocionais ou externas.
Causas psicológicas
Violência sexual
Segundo uma pesquisa divulgada pelo IBGE e pelo Ministério da Saúde, 7,5 milhões de mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência sexual na vida. Além disso, o levantamento revelou que 60% das vítimas apresentaram consequências psicológicas em decorrência da agressão.
Entre as consequências da violência sexual, é possível citar a anorgasmia. Geralmente, a mulher que sofreu abuso sexual não consegue aproveitar a relação por medo ou por relembrar episódios relacionados à agressão.
Por isso, nesses casos é essencial contar com acompanhamento especializado de psicólogos e médicos ginecologistas, já que além da questão sexual, a violência sexual pode afetar diferentes áreas da vida.
Baixa autoestima
Outra possível causa da anorgasmia é a baixa autoestima. Quando a mulher não se sente satisfeita com a sua imagem, ela tem dificuldade em se soltar durante a relação sexual, o que dificulta ter orgasmos.
Se esse é o seu caso, procure ajuda psicológica.
Transtornos psicológicos
Assim como a baixa autoestima, transtornos e distúrbios psicológicos podem afetar a vida sexual.
A depressão, por exemplo, pode afetar diretamente a libido e o desejo sexual. Isso porque o distúrbio inibe a disponibilidade para a estimulação dos sentidos, algo essencial para conseguir ter orgasmo.
Estresse
Apesar do estresse não ser uma um transtorno ou uma condição psicológica, ele impacta diretamente a nossa saúde mental, e, por consequência, a nossa vida sexual.
No caso da anorgasmia, o estresse bloqueia o relaxamento, impedindo que a mulher se concentre e aproveite o momento.
Como se sabe, para conseguir ter uma relação prazerosa, é necessário estar bem não apenas fisicamente, mas também emocinalmente. Por isso, quando estamos estressadas, temos dificuldade em focar no ato sexual, nas carícias e desfrutar da relação da melhor maneira possível para alcançar o orgasmo.
Causas emocionais
Falta de conhecimento sobre o próprio corpo
E por falar sobre questões emocionais, a falta de conhecimento sobre o próprio corpo também é outra causa de anorgasmia. Por se sentir envergonhada ou constrangida, a mulher deixa de se tocar e explorar o prazer de diferentes maneiras, afetando, dessa forma, a busca pelo prazer sexual.
Por isso, é mais do recomendado que você se toque, não apenas a vagina, mas o corpo inteiro. Dessa forma, você conhecerá quais são as suas zonas erógenas e conseguirá orientar o seu parceiro.
Além disso, o ato de se tocar e se masturbar é muito benéfico no sentido de despertar a sensibilidade das regiões íntimas. Para a masturbação, você pode utilizar as próprias mãos ou brinquedos eróticos, tudo vai depender da sua preferência. O importante é deixar o preconceito de lado.
Vergonha do sexo
É inegável que vivemos em uma sociedade que ainda encara o prazer sexual feminino como tabu e isso acaba afetando muitas mulheres. Como se sabe a vergonha na cama pode atrapalhar e impedir que a mulher tenha orgasmo, já que para ter uma relação prazerosa é necessário estar à vontade e se sentir segura.
Repressão sexual
A repressão sexual e a educação rígida também são fatores importantes que interferem a capacidade de ter orgasmos. Isso porque quando o sexo é encarado como algo errado, o prazer é bloqueado e a mulher não consegue relaxar e curtir o momento.
Geralmente, casos assim precisam ser acompanhados por um psicólogo para que a mulher consiga se liberar dessas amarras.
Causas externas
Abuso de álcool
O abuso de álcool diminui a capacidade sensorial, algo imprescindível para que a mulher consiga chegar lá.
Por isso, para conseguir aproveitar o momento e estar preparada para os estímulos sensoriais, é fundamental consumir álcool de maneira moderada.
Uso de certos medicamentos
Se você já ouviu falar que certos medicamentos diminuem a libido e reduzem a resposta sexual, saiba que isso é verdadeiro. Antidepressivos, anticoncepcionais e diuréticos inibem o desejo sexual da mulher.
Um estudo divulgado na revista Mayo Clinic Proceeding revelou que 42% das usuárias de medicações utilizadas no tratamento de doenças como a depressão têm dificuldade para ter orgasmo. Porém, de acordo com o psiquiatra Higo Caldato em entrevista para o site Gama, a libido pode voltar assim que o corpo estiver adaptado à medicação ou quando a doença estiver controlada.
Falta de atração física
A falta de atração é um fator observado, principalmente, em mulheres que sofrem de anorgasmia secundária. Lembrando que anorgasmia secundária é quando a mulher não tinha dificuldade de ter orgasmo, mas passou a ter.
Se você está preocupada que o tesão de início de relacionamento diminuiu, saiba que isso é normal. Porém, é possível reverter a situação de diferentes maneiras, como preparando uma noite romântica, surpreendendo o parceiro com fantasias sexuais ou usando os famosos sex toys.
Tratamentos para anorgasmia
Para tratar a anorgasmia existem diferentes possibilidades, dependendo, é claro, das causas do problema. Entre os principais tipos de tratamento, destacamos:
- Terapia sexual;
- Ginástica íntima;
- Reposição hormonal;
- Psicoterapia;
- Troca de medicamento;
- E acesso à informação.
Por isso, caso você esteja com dificuldade frequente de atingir o orgasmo, é imprescindível buscar ajuda médica.
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