Dor durante a relação é normal? Descubra agora
Dor durante a relação é um dos motivos que afeta a qualidade de vida das mulheres. Afinal, sexo é para ser prazeroso e não para causar desconforto.
Neste post, esclarecemos se dor durante a relação é normal e as possíveis patologias que contribuem para o seu surgimento.
Dor durante a relação: isso é normal?
Muitas mulheres se sentem envergonhadas em procurar ajuda médica quando o sexo deixa de ser prazeroso e causa dor. Isso porque elas acreditam que o problema está relacionado ao formato da sua vagina ou simplesmente sentem vergonha. Vale lembrar que o órgão sexual feminino possui elasticidade e formato adaptáveis para a prática sexual.
Além da vergonha e de ideias falsas baseadas no senso comum, em alguns casos, as mulheres se sentem pressionadas a proporcionar prazer para o parceiro mesmo que isso signifique abrir mão do seu próprio prazer. Já adiantamos que isso não é legal, na verdade, é muito errado, a relação sexual deve ser prazerosa para ambos.
Ou seja, sentir dor durante a relação não é normal. Caso isso esteja acontecendo com você, é aconselhável ter uma conversa sincera com o seu (sua) parceiro (a). Dessa forma, você estará cuidando de si mesma e do seu relacionamento, já que a sinceridade e a confiança são componentes essenciais para um relacionamento saudável.
Assim como uma conversa sincera com o parceiro, é necessário também procurar ajuda médica. Apenas um profissional será capaz de avaliar se a dor está relacionada à uma questão emocional ou física.
Caso a dor esteja relacionada com uma questão emocional, o acompanhamento psicológico é a melhor maneira de lidar com o problema. No caso de uma avaliação médica que indique uma patologia, existem diversas opções de tratamento. Por isso, mesmo que a sensação dolorosa tenha se manifestado poucas vezes ou tenha ocorrido durante ou após o sexo, procure ajuda profissional.
Existe um padrão de dor?
Antes de falarmos sobre as principais patologias relacionadas à dor durante a relação, é importante esclarecer que não existe um padrão de dor.
Ela pode surgir durante ou após o ato sexual. Além disso, as dores podem atingir diferentes partes do corpo da mullher, como a vagina, a pelve (baixo ventre), a bexiga ou a uretra.
Além disso, a dor no sexo, cientificamente chamada de dispareunia, pode surgir independentemente da posição durante o ato sexual ou pode estar ou não relacionada ao preservativo usado.
Resumidamente, não existe um padrão, para saber qual é o seu caso, avaliações médicas são essenciais. O desconforto e a dor podem estar relacionados a diferentes causas, confira abaixo as principais.
Principais causas do surgimento da dor durante a relação
Falta de lubrificação
A falta de lubrificação natural é uma das causas da dor durante o sexo. Ela pode estar relacionada à menopausa, amamentação, parto recente, uso de medicamentos que diminuem os níveis de hormônios femininos, além, é claro, da falta de excitação.
Endometriose
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endrometriose, cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil convivem com a doença.
A endometriose ocorre quando as células do endométrio – tecido que reveste o útero – não são expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e são depositadas nos ovários ou na cavidade abdominal, causando o crescimento do tecido endometrial fora do útero.
Segundo o Dr. Drauzio Varella em seu blog, outra hipótese é que a endometriose possa surgir por questões genéticas ou por deficiências no sistema imunológico.
Além de causar cólicas intensas, problemas para engravidar e alterações intestinais na menstruação, a endometriose é uma das principais responsáveis pelo surgimento de dor no sexo.
Dependendo da gravidade da doença, o tratamento pode envolver apenas medicamentos para o bloqueio da ovulação ou caso o tratamento clínico não funcione ou existam lesões maiores, a cirurgia é indicada.
Vaginismo
Outra causa comum da dor é o que se convencionou a chamar popularmente de vaginismo. Em linhas gerais, o vaginismo é caracterizado pela dificuldade da mulher de ter penetração vaginal seja pelo pênis ou por um dedo ou até mesmo a dificuldade de usar absorvente interno.
Acredita-se que o vaginismo seja causado por uma contração da musculatura do assoalho pélvico. Segundo a ginecologista Carolina Ambrogini em entrevista para o portal g1, isso geralmente acontece quando a mulher encara a penetração como uma invasão.
Apesar dessa causa comum, é importante lembrar que o vaginismo, ou seja, a dor genitopélvica, é uma disfunção sexual complexa e que pode também estar relacionada a um histórico de abuso sexual. Por isso, é primordial que ela seja avaliada de perto.
Vulvodínea
Caracterizada pela hipersensibilidade, dor ou incômodo na vulva, a causa da vulvodínea ainda é incerta. O que se sabe é que ela pode causar dores intensas durante a relação sexual.
Segundo especialistas, o surgimento da vulvodínea pode ter como possíveis explicações uma candidíase de repetição, outro tipo de infecção ou ainda a fibromialgia.
Além disso, o transtorno também pode surgir em mulheres com atrofia da vulva pós-menopausa ou pelo uso de pílula anticoncepcional de baixa dosagem. No entanto, é importante esclarecer que nem toda mulher que faz o uso de pílula de baixa dosagem vai ter vulvodínea, isso acontece em pacientes que precisam de um pouco mais de estrogênio.
Em relação ao tratamento, ele pode ser tópico – aplicação na pele – e oral para diminuir a dor. Existem também outras possibilidades, como a fisioterapia e o uso de laser na região.
Fatores emocionais
Assim como os transtornos, a dispareunia pode ser causada também por fatores emocionais. Por vivermos em uma sociedade em que o sexo ainda é encarado como um tabu, a sexualidade feminina é, muitas vezes, reprimida.
No entanto, é primordial encarar a dor no sexo como um problema tão logo ela apareça.
Além da repressão, mulheres que sentem dor no sexo podem ter vivenciado experiências traumáticas relacionadas à sexualidade, ter medo do contato íntimo ou se sentir insegura em relação à própria imagem.
Outros fatores comuns que diminuem a libido são o estresse, a ansiedade e a depressão.
Por isso, nesses casos é recomendado procurar ajuda psicológica e lembrar sempre de que o autocuidado é um dos principais passos para ter uma vida sexual prazerosa e saudável.
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