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O que é vaginismo e qual o tratamento para essa condição?

A dor feminina durante a relação sexual é mais comum do que se imagina: a estimativa é que cerca de 4% das mulheres sentem dores e desconforto durante o sexo. Essa dor normalmente é causada pelo excesso de estresse e pelo medo da relação sexual em si. E o que pode ser visto por muitos como algo superficial, pode se tratar de um quadro de vaginismo.

Muitas vezes, durante as preliminares, a mulher escuta que precisa relaxar para que o ato sexual seja mais confortável. No entanto, as mulheres que sofrem com esse tipo de distúrbio não sentem desejo e nem se sentem capacitadas para transar com seus parceiros, especialmente porque a penetração, ao invés de prazerosa, se torna algo inviável em decorrência do desconforto e da dor.

Para que você entenda melhor o que é vaginismo, como descobrir o quadro e como tratar, separamos um post completo sobre esse assunto. Confira a seguir!

O que é vaginismo?

O vaginismo é considerado uma disfunção sexual feminina, caracterizado pela contração involuntária dos músculos vaginais, resultando em penetrações dolorosas e em muitos casos, impedindo que a penetração ocorra devido ao desconforto.

o vaginismo é a contração involuntária dos músculos vaginais, causando dor e desconforto durante o sexo
o vaginismo é a contração involuntária dos músculos vaginais, causando dor e desconforto durante o sexo

Esse quadro também pode ser observado durante a introdução de absorventes internos, espéculos vaginais, aplicadores de pomadas etc.

Porém, o vaginismo pode acontecer, também, quando a mulher sente desejo sexual pelo parceiro, já que a contração muscular não é intencional e acontece como uma defesa do corpo em situações inconscientemente ameaçadoras, ou então em resposta a um estímulo de dor.

Quais as causas do vaginismo?

Embora não tenha causas definidas, o vaginismo normalmente é causado por questões psicológicas, como nos casos de mulheres que foram criadas em famílias onde a virgindade é muito valorizada.

Como consequência, essas mulheres acabam tendo dificuldade em relaxar a musculatura vaginal, fazendo com que a penetração seja dolorosa por acharem que estão fazendo algo errado.

as causas do vaginismo podem estar ligadas a fatores psicológicos, e em alguns casos, a dor faz com que a penetração seja inviável
as causas do vaginismo podem estar ligadas a fatores psicológicos, e em alguns casos, a dor faz com que a penetração seja inviável

Outras causas para o problema são quadros de traumas e abusos, e em muitos casos se faz necessário ajuda profissional de psicólogos para enfrentar os medos. Isso porque, quando a mulher sofre algum tipo de abuso, é natural que seu organismo contraia os músculos vaginais involuntariamente, como uma forma do próprio corpo de repelir o pênis quando ele chega perto da vagina.

O medo da dor também pode acabar causando esse problema, especialmente quando a mulher escuta relatos de amigas de que a primeira vez é dolorosa. Como resultado, a mulher acaba contraindo os músculos vaginais sem perceber, dificultando ainda mais o processo e causando ainda mais desconforto e dor.

Vale lembrar que perder a virgindade não significa especialmente sentir dor, já que em muitos casos, quando a mulher está relaxada e segura, a tendência é que a dor seja leve, relacionada apenas à ruptura do hímen.

Quais os tratamentos para o vaginismo?

Além do ginecologista, a mulher que sofre com esse distúrbio também deve consultar um sexólogo, que estará mais apto a resolver esse tipo de problema.

Isso porque, para tratar o vaginismo, nem sempre é necessário intervenção médica de um ginecologista, levando em conta que grande parte dos problemas são de cunho psicológico.

Sendo assim, o tratamento consiste em exercícios de relaxamento da musculatura da vagina, técnicas de respiração e psicoterapia. Em situações específicas, usa-se também a inserção de dilatadores vaginais.

Como descobrir se tenho vaginismo?

Antes de mais nada, é importante que você seja diagnosticada por um especialista, que fará uma anamnese e solicitará alguns exames clínicos para confirmar as suspeitas.

fique de olho nos principais sintomas e busque ajuda médica para um diagnóstico profissional do distúrbio
fique de olho nos principais sintomas e busque ajuda médica para um diagnóstico profissional do distúrbio

Porém, existem alguns sintomas que podem indicar possíveis quadros de vaginismo, e é importante que você fique de olho em cada um deles e procure ajuda médica caso desconfie que pode ter esse distúrbio.

Mulheres com vaginismo apresentam sintomas como:

  • dificuldade ou incapacidade de penetração vaginal durante o ato sexual, ou de qualquer objeto, incluindo absorventes internos, aplicadores de pomadas e até espéculos vaginais;
  • dores durante a relação sexual ou na tentativa de penetração;
  • dores não recorrentes – ou seja, em algumas situações pode haver dificuldade e dor, e nas outras, não;
  • dificuldade em colocar o absorvente interno;
  • queimação, dor intensa ou desconforto que persiste até mesmo depois da relação sexual e que se repete em outras tentativas de penetração;
  • sensação de que algo está impedindo a penetração, como se o canal vaginal estivesse obstruído;
  • medo da penetração.

Vale lembrar que os sintomas não inclui falta de desejo sexual, já que na maioria dos casos, a mulher sente-se atraída pelo parceiro e pode até mesmo chegar ao orgasmo com outros estímulos. Isso porque, em grande parte dos casos, o vaginismo impede a mulher de conseguir ter uma penetração, e não interfere diretamente na sua libido, segundo especialistas no assunto.

Como é feito o diagnóstico clínico?

Não existem exames específicos para o diagnóstico do vaginismo. Para verificar se a paciente tem ou não essa disfunção, o profissional fará uma avaliação com análise de sintomas, histórico do paciente e em casos específicos, exames pélvicos.

A partir do resultado dessas 3 etapas, o profissional determinará o grau de vaginismo, que pode ser leve, moderado ou grave.

Quais os principais exercícios para tratar o vaginismo?

Normalmente, o profissional prescreve 2 exercícios principais para ajudar a melhorar o quadro de vaginismo, que podem ser feitos em casa pelas pacientes sem riscos de efeitos colaterais.

Exercícios de Kegel

Os exercícios de Kegel são exercícios que ajudam a fortalecer a musculatura pélvica e podem ser feitos diariamente, em 10 séries de contrações feitas 3 vezes ao dia.

Para realizar o exercício, esvazie a bexiga e contraia a musculatura da vagina 10 vezes e relaxe. Comece novamente, de acordo com a indicação do especialista, ou até ter realizado 10 séries seguidas.

O exercício pode ser feito enquanto a mulher está deitada, ou durante o banho, desde que seja em um ambiente calmo em que a mulher se sinta segura.

Pompoarismo

O pompoarismo também é uma técnica de contração da musculatura pélvica, e a diferença é que ele tem foco maior no canal vaginal, usado especialmente para melhorar o desempenho durante o sexo. Mas é uma excelente forma de auxiliar no tratamento do vaginismo e diminuir o desconforto durante o ato.

além de ajudar no tratamento do vaginismo, o pompoarismo também ajuda a melhorar o desempenho sexual
além de ajudar no tratamento do vaginismo, o pompoarismo também ajuda a melhorar o desempenho sexual

Para fazer os exercícios de pompoarismo, contraia a vagina e segure entre 2 a 5 segundos. Relaxe os músculos vaginais por 5 segundos e repita o processo 10 vezes. Essa técnica também ajuda com que a relação sexual seja mais prazerosa para as mulheres, e existem diversos exercícios diferentes de pompoaristas que podem ser indicados por profissionais da área.

Agora que você viu o que  é vaginismo e qual tratamento para a condição, não deixe de fazer os exercícios para fortalecer a musculatura pélvica e procurar ajuda profissional caso suspeite que você sofra com esse distúrbio.

Vale lembrar que mesmo que os exercícios possam ser feitos por qualquer pessoa, incluindo quem não sofre de vaginismo, e oferece diversos benefícios à saúde íntima, é importante que você faça um tratamento específico, de acordo com recomendação médica e seja diagnosticada por um profissional.

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