O uso de chupeta para recém nascido pode afetar amamentação?
Chupeta: o artigo amado por alguns pais e odiado por tantos outros. Ela faz parte da criação do enxoval do bebê em muitos casos. Contudo, recentemente, vem crescendo a vertente de pais que preferem não dar o recurso ao bebê. Muitos são os argumentos, como por exemplo, para que não atrapalhe a mamada.
Quem dá a chupeta, argumenta que ela em nada atrapalha o dia a dia do bebê. E entre uma fala e outra, surgem as milhares de dúvidas: afinal de contas, vale ou não vale a pena dar a chupeta para a criança? Ela atrapalha ou não atrapalha a amamentação? Fizemos esse artigo pensando em te ajudar a chegar na melhor resposta. Vamos lá?
A chupeta atrapalha a amamentação do bebê?
Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, o uso da chupeta por crianças de 0 a 24 meses de vida, pode sim atrapalhar o desenvolvimento correto da amamentação.
A pesquisa aponta que a chupeta é um dos fatores determinantes para o desmame precoce da criança. No documento da pesquisa, ainda é possível observar o apontamento que a mesma faz referente ao aconselhamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) que desencoraja, abundantemente, o uso da chupeta em crianças que estão sendo amamentadas.
Embora o ato de sugar seja diferente entre a chupeta e o peito, o mesmo pode causar uma confusão no bebê e com isso, pode desencorajá-lo a continuar na livre demanda do leite materno.
Outros problemas que podem ser levados em consideração nessa recomendação é que a chupeta está associada a possíveis alterações no desenvolvimento da linguagem oral, trazendo aspectos negativos em relação aos sons emitidos no processo da fala.
A respiração é outro ponto que acaba sendo afetado com o uso da chupeta. Enquanto no processo de amamentação, o bebê consegue desenvolver toda a respiração nasal com soberania, promovendo o adequado desenvolvimento craniofacial, na chupeta, há um maior índice das crianças respirarem pela boca e tornar esse, um hábito cada vez mais frequente- o que não é nem um pouco desejável.
Não existe uma forma certa ou errada quando o assunto é a chupeta. Porém, é necessário que os pais tenham acesso a maior informação qualificada para que então, decida tomar a decisão de dar a chupeta ou não para o bebê.
Caso a decisão seja por dar o artifício, a indicação médica é que a mesma seja oferecida quando o processo de amamentação já esteja estabelecido, ou seja, após as 04 primeiras semanas de vida.
A chupeta pode atrapalhar a fala da criança?
Como dissemos acima, infelizmente, a chupeta pode comprometer o desenvolvimento pleno da linguagem infantil. Estudos apontam que o uso prolongado da chupeta, além de prejudicar o desenvolvimento oral, também acarreta problemas dentais na criança.
Segundo a Odontopediatra Aline Morais, em seu Instagram Encantadora de Crianças, caso a chupeta seja retirada antes dos dois anos de idade. mesmo que a mordida dela tenha aberto um pouco, o próprio corpo consegue consertar e assim, haverá uma readequação óssea da mandíbula e do maxilar para o formato correto.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, em sua diretriz, faz uma ressalva extremamente importante. Segundo eles, a utilização de qualquer tipo de artifícios, podem sim interferir na formação do sistema estomatognático (que é o conjunto dos músculos que respondem à fala, respiração, deglutição e que está, especialmente, associado ao desmame).
E o dedo? É melhor?
Essa é uma pergunta bastante difícil. Veja, a necessidade de sugar faz parte do desenvolvimento dos bebês. É uma etapa natural da vida e geralmente, acaba sendo suprida com o aleitamento materno à livre demanda, que deve ocorrer nos seis primeiros meses de vida.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a criança chupar os dedos até os dois meses de vida é algo absolutamente normal e nesse caso, não deve ser oferecido a chupeta.
É um processo de sugar que o bebê está desenvolvendo e deve desaparecer com o passar dos meses. Ao invés de chupetas, procure oferecer mordedores e chocalhos para entreter e algo que elas podem morder ou até mesmo, sugar.
O grande problema é quando esses mecanismos acabam sendo usados por mais tempo que deveria, quando essa fase de transição já chegou ao fim. Aí sim temos o risco de má oclusão dental e demais problemas respiratórios.
Outra dica importante: Se a criança está extremamente dependente da chupeta ou de qualquer outro artifício, como o dedo, pode ser que algo esteja afetando o psicológico dela. É preciso prestar atenção aos finais e pedir ajuda do seu pediatra para ele avaliar a questão.
A chupeta acalma o bebê?
Sucção não nutritiva é uma das estratégias que o bebê tem para conseguir se acalmar nos momentos de tensão. Principalmente no começo, onde o bebê está se adaptando ao mundo exterior e é tudo muito novidade para ele dentro desse sentido.
Como é extremamente cansativo, muitas mães acabam oferecendo a chupeta para o bebê conseguir se acalmar sem que ela tenha que ficar dando o peito a cada 15 minutos, para conseguir descansar também. E sim, nesse sentido, dentro desse cenário, ela age como um potente calmante.
Porém, vale a pena pensar nos prós e contras do uso da chupeta. Nesse contexto, vale a pena analisar que o seu bebê precisa de atenção e que ele precisa se acalmar e você, como pai e mãe, pode atuar como esse calmante natural, não precisando recorrer a chupeta para tudo. Existem outras formas de afeto, como um colo ou uma canção.
Todo bico é igual?
Isso não é verdade! A Associação Brasileira de Odontopediatria não recomenda o uso de chupeta de qualquer bico, de nenhum material ou que tenha qualquer formato. Contudo, um posicionamento oficial, diz que caso o bebê tenha o hábito de chupar chupeta, é necessário que os pais observem alguns requisitos para que esse dano seja diminuído.
O escudo da chupeta, ou seja, a parte de fora deve ser côncava e ela deverá ter orifícios de respiração para evitar, justamente, que o bebê tenha qualquer tipo de irritação na pele e nos lábios.
O bico, por sua vez, deverá ser macio e num formato que possibilite que a criança feche o máximo que conseguir da boca, ao abocanhar a chupeta. Preste bem a atenção na hora da escolha!
Todo bebê que chupa chupeta vai ter problemas de saúde?
Essa é uma pergunta clássica. E a verdade é que ela é um grande mito. Isso porque quando há os estudos oficiais, eles analisam a incidência destes em crianças que usam e não usam a chupeta.
Isso quer dizer que estamos falando de associações e não de uma causa direta. De toda forma, é possível reduzir o perigo dessas complicações, oferecendo a chupeta pelo menor tempo possível, em momentos estratégicos do desenvolvimento da criança. Ela nunca deve ser oferecida como substituto à atenção que o bebê precisa, nem como recurso às necessidades básicas do bebê como dormir ou se alimentar.
A bem da verdade é que não existe certo e errado. Contudo, quanto mais informação, mais acertada vai ser a sua decisão em dar ou não, a chupeta para o seu filho.
Resuminhos
